Febre Maculosa no Brasil: Epidemiologia, Sintomas e Prevenção

Febre Maculosa no Brasil: Epidemiologia, Sintomas e Prevenção

Febre Maculosa no Brasil: Epidemiologia, Sintomas e Prevenção

A febre maculosa é uma doença infecciosa aguda, transmitida pela picada de carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii. A doença é grave e pode ser fatal se não tratada precocemente. No Brasil, é mais prevalente na região Sudeste, principalmente em áreas rurais e de pastagem, onde o contato com carrapatos é mais comum.

O que é a Febre Maculosa?

A febre maculosa, também conhecida como febre maculosa brasileira, é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida pela picada de carrapatos do gênero Amblyomma, como o carrapato-estrela (Amblyomma cajennense). A doença foi identificada pela primeira vez nos Estados Unidos no final do século XIX, sendo registrada no Brasil em 1929. Desde então, tornou-se uma preocupação de saúde pública, especialmente nas regiões Sudeste e Sul.

Transmissão

A transmissão da febre maculosa ocorre principalmente pela picada de carrapatos infectados que permanecem aderidos à pele por pelo menos 4 a 6 horas. A doença pode ser transmitida por diferentes estágios de desenvolvimento do carrapato (larva, ninfa e adulto). Além disso, a manipulação inadequada do carrapato durante sua remoção também pode causar infecção.

Sintomas e Diagnóstico

Os sintomas iniciais da febre maculosa são inespecíficos e podem incluir febre alta, dores de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal e dores musculares. À medida que a doença progride, erupções cutâneas (exantemas) aparecem em grande parte dos pacientes, começando geralmente nos pulsos e tornozelos e se espalhando para o restante do corpo.

A ausência de sintomas clássicos pode atrasar o diagnóstico, aumentando o risco de complicações graves, como insuficiência respiratória, falência renal e problemas neurológicos. O diagnóstico precoce é essencial para o tratamento eficaz, sendo geralmente confirmado por testes sorológicos específicos ou pela identificação da bactéria em biópsias de pele.

Prevenção

A prevenção da febre maculosa baseia-se principalmente na redução da exposição a carrapatos em áreas endêmicas. Medidas recomendadas incluem o uso de roupas claras que cubram braços e pernas, a aplicação de repelentes de insetos e a verificação frequente do corpo para a presença de carrapatos. Também é importante evitar áreas conhecidas por alta incidência de carrapatos, como pastos, trilhas e matas.

Tratamento

O tratamento precoce com antibióticos, principalmente doxiciclina, é essencial para reduzir a mortalidade associada à febre maculosa. Em casos graves, pode ser necessário o uso de cloranfenicol, especialmente em crianças. A administração dos medicamentos deve ser feita o mais cedo possível após o aparecimento dos sintomas, de preferência nos primeiros dias da doença.

Epidemiologia no Brasil

Estudos apontam que a febre maculosa é mais prevalente na região Sudeste, particularmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais. A incidência é maior em áreas rurais e em meses de maior atividade dos carrapatos (junho a outubro). A doença apresenta uma alta taxa de mortalidade, que pode chegar a 30%, principalmente devido ao diagnóstico tardio.

Dados Epidemiológicos

De acordo com os dados coletados entre 2007 e 2019, houve um aumento significativo de casos em áreas rurais, com maior incidência durante atividades de lazer ao ar livre. A faixa etária mais afetada é de 40 a 59 anos, com predominância na população masculina. O estado de São Paulo concentra cerca de 45% dos casos notificados no Brasil, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro.

A febre maculosa é uma doença grave, com alta taxa de mortalidade, mas prevenível e tratável quando diagnosticada precocemente. O conhecimento sobre os sintomas, formas de transmissão e medidas preventivas é crucial para reduzir a incidência e as mortes associadas à doença no Brasil. É fundamental que a população e os profissionais de saúde estejam atentos aos sinais clínicos e adotem práticas de prevenção, especialmente em regiões endêmicas.

Fontes: SciELO, BVS Saúde